Alan Wake: A Série de Jogos de Horror Psicológico

A série de jogos Alan Wake, desenvolvida pela Remedy Entertainment, é reconhecida por sua narrativa refinada e produção visual marcante. Desde o lançamento do primeiro título em 2010, a franquia conquistou fãs ao oferecer uma experiência de horror psicológico única.

Em 2023, a muito esperada sequência, Alan Wake 2, trouxe novos elementos à série, gráficos ultrarealistas, tecnologias de ponta e uma jogabilidade aprimorada. 

Neste artigo, vamos descobrir porque Alan Wake é uma das séries de jogos de horror mais amadas, desde sua narrativa brilhante, a jogabilidade e os avanços de Alan Wake 2, bem como o que podemos esperar do futuro da franquia.


Alan Wake em uma estação subterrânea de metro
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A Narrativa de Alan Wake

A narrativa sempre foi o coração dessa franquia, afinal, o jogo é sobre um escritor, Alan Wake, que viaja para a pequena cidade de Bright Falls em busca de inspiração para seu novo livro, mas acaba envolvido em um mistério sobrenatural.

Com fortes inspirações no mestre do terror Stephen King, o game é uma experiência única, e foi um verdadeiro fenômeno entre os caixistas na época de seu lançamento.

O que me chamou a atenção foi a ambientação opressora e sombria que lembra os filmes de terror dos anos 2000, além, claro, de o protagonista ser um escritor.  

O Primeiro Jogo: O Escritor e a Escuridão

A trama do primeiro Alan Wake é construída como um thriller psicológico, onde o protagonista se vê preso em um mundo anormal, habitado por forças das trevas que o perseguem de forma implacável.

A história é lenta e com ação pontual, tornando a experiência morosa para aqueles que prezam por uma gameplay mais frenética e ágil. Os acontecimentos desenrolam de forma orgânica, atiçando nossa curiosidade.

Enquanto tenta descobrir o paradeiro de Alice, sua esposa desaparecida, Wake enfrenta entidades sombrias e mergulha em uma luta interna entre a realidade e a ficção. Um dos grandes diferenciais de Alan Wake, além de seu roteiro profundo, é sua habilidade em  mesclar literatura, cinema e videogame em uma única experiência.

O primeiro jogo é muito mais focado em contar uma história, com desenvolvimento e mensagem, trazendo elementos arcades clássicos, isto é, cada fase conta com armas e equipamentos diferentes e exclusivos.
Não é um lago, é um oceano.

Uma das características mais legais da série é o poder da escrita, capaz de literalmente mudar a realidade. As palavras de Wake ganham vida e conduzem o ritmo da narrativa, sendo o motivo pelo qual as forças da Escuridão o perseguem. Na sequência, esse recurso é explorado e expandido ainda mais.

Alan Wake 2: Expansão da Mitologia

Alan Wake 2, lançado em 2023, aprofundou ainda mais a mitologia desse universo de luz e trevas. Na sequência, a narrativa é muito mais intrincada, explorando temas como controle mental, paranoia e a relação entre criador e criação.

Além de seguir o ponto de vista de Alan Wake, o jogo também apresenta uma nova protagonista, a agente do FBI Saga Anderson, que se junta à trama para desvendar um novo mistério envolvendo o escritor desaparecido e uma sinistra série de assassinatos com requintes de crueldade.

Os mistérios levantados no emblemático final do primeiro jogo ainda estão no ar, e agora uma nova força se movimenta, o Sr. Scratch, a corporificação da Escuridão em forma de duplo de Alan.

A narrativa do segundo jogo consegue ser ao mesmo tempo familiar para os fãs da série e inovadora, trazendo novos personagens e desafios emocionais que colocam em xeque a sanidade dos protagonistas.

Estranhas mortes envolvendo um bizarro culto é o motor da trama, em que Saga começa a investigar as raízes desses assassinatos, se aproximando cada vez mais do escritor desaparecido. 

A alternância de perspectivas entre Wake e Saga oferece uma nova dinâmica, que mantém o jogador imerso na história até o último momento. Cada jornada difere em jogabilidade, motivação e cenário, trazendo frescor para a jogatina.


Saga Anderson de Alan Wake 2 enfrentando uma entidade sombria
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Produção Visual Sombria e Atmosférica

A série Alan Wake é conhecida por sua produção visual distinta, que reforça o clima de mistério e tensão. O uso inteligente de luz e sombra cria um ambiente opressivo, essencial para o desenvolvimento da atmosfera de horror.

Aqui, elementos de terror, suspense e horror foram elevados ao limite, com cenas visualmente fortes e um texto mais maduro, além da incorporação de cenas live action que contribuem para a atmosfera surreal e misteriosa do jogo. Um verdadeiro charme, se me perguntarem.

O Papel da Luz na Série

Um dos aspectos visuais mais marcantes de Alan Wake é o uso da luz como uma mecânica de jogo e um elemento narrativo. Achei isso genial, claro, podemos usar munição de verdade, mas o grande destaque são os feiches de luz.

Enquanto a escuridão é a principal inimiga, a luz simboliza e funciona como refúgio e arma. O contraste entre luz e escuridão se tornou um símbolo da luta de Alan Wake contra seus próprios demônios e a força sobrenatural que o assombra. Não dá para falar em Alan Wake sem lembrar de uma lanterna.

Gráficos Imersivos em Alan Wake 2

Com o lançamento de Alan Wake 2, a Remedy elevou a qualidade visual a um novo patamar. Usando tecnologias como mesh shaders e ray tracing, os ambientes do jogo são mais detalhados, com uma atenção meticulosa aos efeitos de iluminação e às texturas.

As florestas de Bright Falls, os cenários urbanos e os ambientes fechados ganham uma qualidade quase cinematográfica, que complementa perfeitamente o tom sombrio da narrativa. É possível ficar horas admirando a paisagem ou interegindo com o cenário.

O custo disso tudo são requisitos bastante salgados, o que gerou muita polêmica na época. Pois poucos da comunidade gamer dispunham de recursos para satisfazer o desempenho do jogo, o que impactou negativamente sua recepção.


A Música em Alan Wake 2

A música na franquia Alan Wake tem um tratamento especial. Tanto no primeiro quanto no segundo jogo, desempenham papéis dentro da trama, com fases inteiras dedicadas a elas. Bastante Heavy Metal da banda Old Gods of Asgard.

A trilha sonora de Alan Wake 2 desempenha um papel crucial na imersão do jogador. Composta por Petri Alanko, que também foi o responsável pela trilha do primeiro jogo, a música em Alan Wake 2 é uma mistura de temas orquestrais e eletrônicos que refletem o tom sombrio e misterioso do jogo.

Show Me The Champion of Light

Além das composições originais, Alan Wake 2 inclui músicas licenciadas que ajudam na criação de momentos memoráveis. A Remedy sempre teve um cuidado todo especial com a escolha da trilha sonora, e isso reflete em cenas icônicas onde a música se mistura perfeitamente com a ação e a narrativa. 

Como não se apaixonar pela fase em que Alan entra em um show (literalmente), com a viciante Herald of Darkness da banda Old Gods of Asgard embalando a ação do game?


'"Show me the Champion of Liiiiight! I'll show you the Herald of Darkness."


Trailer-Alan-Wake-2

Jogabilidade: Evolução e Inovação

A jogabilidade de Alan Wake 2 mantém as bases do original, mas adiciona várias melhorias que aprimoram a experiência. A alternância entre dois protagonistas permite aos jogadores explorar diferentes estilos de jogo, enquanto o combate foi refinado, tornando-o mais desafiador e imersivo.

A mecânica do jogo também foi aprimorada, com uma bem-vinda variedade de inimigos e monstros, além de um inventário de armas gerenciável, semelhante ao da série de jogos Resident Evil. Abraçando de vez o estilo survival horror.

Temos mais ação e mais controle sobre o personagem, deixando de lado o estilo mais cinematográfico do primeiro. Uma mudança bem-vinda, que mostra o comprometimento da desenvolvedora em modernizar-se.

Também há um mapa explorável para Saga, um mundo semi-aberto, para os fãs de exploração, e um mapa mais restrito na campanha de Wake, mas que pode sofrer modificações de acordo com a narrativa.

Novos Elementos de Terror Psicológico

A Remedy ampliou os elementos de terror psicológico em Alan Wake 2. Agora, o jogo apresenta sequências que exploram a mente dos personagens, criando situações de tensão constante.

As interações com o ambiente e a exploração de áreas escuras adicionam um nível extra de suspense, tornando cada decisão crucial para a sobrevivência dos protagonistas. 

Isso sem contar nas bizarras cutscenes em que vemos rostos distorcidos e o famigerado Mr. Scratch. Prepare-se para verdadeiros jump scares.


O Futuro da Remedy: Expansão para o Cinema

Recentemente, foi veiculado na imprensa que adaptações cinematográficas de Control e Alan Wake estariam acontecendo, uma parceria com a produtora Annapurna. Uma série de Alan Wake seria um verdadeiro presente para os fãs. A produtora ainda está co-financiando o vindouro Control 2.

Algo desse tipo é esperado, já que muitos de seus jogos, como Control e  Alan Wake, possuem uma veia artística que praticamente emula a produção de um filme.

"Na Remedy, nosso foco continua sendo o que fazemos de melhor - criar videogames que definem a indústria e que nos renderam reconhecimento global. Agora, é o momento propício para expandir o alcance de nossas franquias para um público ainda maior por meio de filmes, [séries de] televisão e muito mais",  Tero Virtala, CEO da Remedy Entertainment.


Alan Wake 2 com o escritor percebendo a realidade em que habita
Alan-wake-its-not-a-loop-its-a-spiral


Conclusão

A franquia Alan Wake se consolidou como um marco no gênero de horror psicológico, o carinho da Remedy por suas obras é admirável, e o desempenho técnico e visual são louváveis.

Com o lançamento de Alan Wake 2 e a promessa de adaptações cinematográficas, o universo de Alan Wake continua a expandir-se, oferecendo aos fãs maneiras inéditas e curiosas de explorar esse mundo sombrio e fascinante.

O final do segundo jogo, assim como o primeiro, deixa pistas sobre uma futura sequência, além, claro, de mais uma frase enigmática.

"It's not a loop, it's a spiral!"


Para quem gosta suspense com uma pegada generosa de terror, além de uma boa história recheada de atmosfera sombria, a série Alan Wake é uma boa pedida.

E aí, já jogou Alan Wake? O que achou da sequência, gostou das novidades ou o clássico é melhor? Compartilhe suas impressões nos comentários.
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