Desde a excelente cena de assalto que termina em um intenso tiroteio até a exploração das consequências do assassinato de Alberto Falcone, "Infiltrado" entrega um drama de primeira, salpicado com ação, tensão e humor bem colocado.
Estamos diante de um show da mais alta qualidade, amigos. As atuações estão afiadíssimas, as cenas de ação são ótimas e a narrativa desliza pela tela em perfeita sintonia.
A nota para Inside Man é 9
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Tensão e Manipulação
O episódio começa com uma sequência de Sofia Falcone no Arkham, com uniforme e tudo. Há bastantes sombras e um clima de suspense que beira o horror. O que já dita o tom do resto do episódio.
Ela então entra em uma sala e vê seu irmão, Alberto, do outro lado de um painel de vidro de penitenciária. Ele pressiona a mão sobre o painel e vemos que o mindinho está faltando.
Sofia grita desesperada enquanto Alberto é alvejado na cabeça, borrifando sangue contra o vidro. A cena entra em loop e percebemos que estamos em um sonho, ou pesadelo.
A cena corta para Sofia em uma sala, descontrolada. Ao que parece, ela toma sessões de terapia. Um detalhe interessante, pois acrescenta mais complexidade a sua personagem, tentando manter uma fachada de normalidade enquanto lida com sua dor e julgamento alheio.
Enredo
Nesse episódio vemos Oz desenvolver seu plano de guerra. Os Maronis, agora abertamente culpados pelo assassinato de Alberto após o desfecho do primeiro episódio, decidem comprar o jogo de Pinguim e juntos armam uma emboscada visando roubar o carregamento de gota da facção rival.
No campo dos Falcones, vemos uma intriga interna se desenrolar, claro, com uma pequena ajudinha de nosso vilão camarada. Um novo personagem surge para controlar os negócios, Lucca, que rapidamente toma as rédeas da situação, descartando os conselhos de sua sobrinha, Sofia.
Vemos a Carrasca passar por situações constrangedoras e sentimos o peso dos olhares julgadores sobre ela. Milioti novamente dá um show de atuação, com uma personagem ao mesmo tempo instável e afogada em dor.
As atitudes de seu tio, mantendo-a longe das reuniões, faz com que se sinta excluída da família. Esse sentimento, aliado ao jogo psicológico e às manipulações que Oz faz ao longo do episódio, a faz formar uma improvável aliança com ele, seu algoz.
"Deveria ser você lá dentro, mandando em tudo!"
Solidez Narrativa e Apreço Técnico
A sequência de perseguição do caminhão na rodovia e o subsequente tiroteio são muito bem-dirigidos, ao som da dançante "Call me Irresponsible", de Bobby Darin, que acrescenta todo um charme perigoso à cena.
Muito interessante também a ideia da equipe utilizar armas com gatilhos de flash de luz em vez de armas reais no set. Segurança acima de tudo.
Outro detalhe que dá um toque especial e diferencia a série de outras mídias é o fato da máfia Maroni ser exclusivamente persa. Então temos um certo conflito de ideias e de raças, que deve ser explorado mais a fundo no decorrer do show.
O episódio todo é construído com uma crescente tensão, ainda mais que o primeiro. Acompanhamos Oz agir e tomar decisões rápidas.
O humor inserido na série faz muito mais sentido aqui, e finalmente funciona. Enquanto no primeiro episódio parecia deslocado, agora, a veia cômica reflete a ansiedade de Oz e é uma forma de ele mascarar suas preocupações.
Com o foco em Pinguim, nos aproximamos ainda mais de seu personagem, como na sequência em que ele dá uma festa para seus homens e convida suas "meninas" para comemorar.
Vic ainda recebe os contorno de um futuro arco, com o personagem tendo dúvidas sobre suas escolhas e encarando de frente o caminho que está trilhando. Devemos nos aprofundar em sua história nos próximos episódios.
Conclusão
Gostei mais deste episódio do que do primeiro. O humor ficou melhor aqui, e podemos ver várias nuances do Oz. Desde agente duplo, passando por camarada e filho preocupado até assassino inescrupuloso.
O ritmo da série é lento, com ação direcionada e pontual, o que pesa um pouco contra. Gosto deste estilo de narrativa, e não me senti tão cansado ou entediado ao assistir. Mérito da equipe técnica que transfere os visuais da tela diretamente para nossa imaginação.
Com dois grandes assassinatos no final do episódio e desenvolvendo uma narrativa sólida, Pinguim segue com seu primor técnico e estético. Inside Man é mais um tiro certo da série da HBO. Outro acerto, que já temos crítica, é o terceiro episódio.
A série do Pinguim de Gotham não perde em nada para o filme do Cavaleiro das Trevas de 2022, o qual temos uma análise bem completa sobre The Batman.
Let's dance!
Leia a crítica de todos episódios de The Penguin.
