A Última Amazona é uma Mulher Maravilha forjada nos fogos do inferno por ninguém menos que Circe, a poderosa feiticeira. Esta versão de Diana é bastante combativa, empunhando uma gigantesca espada e conjurando magias arrebatadoras.
Assim como em Absolute Batman, esta nova versão da Wonder Woman traz diversas novidades, algumas bastante radicais, o que acrescenta em termos narrativos, estéticos e mitológicos para a personagem e seu mundo.
Ao invés da tradicional Ilha Paraíso de Themyscira, a heroína surge da mítica Wild Isle, localizada nas profundezas do Inferno. E isso é só o começo. O que temos aqui é uma divertidíssima combinação de guerreira e feiticeira, e a promessa da jornada de uma heroína em busca de seu passado.
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"Era uma vez uma princesa. Ela tinha todas as dádivas que uma princesa sonharia em ter: Beleza, graça, compaixão, gentileza. Sabedoria. A capacidade de conjurar a mais sombria das magias e superar demônios. Tudo o que uma princesa necessita, quando ela é criada no inferno!"
Essas são as primeiras palavras de Diana em sua estreia no Absolute Universe. Uma fala poderosa e provocante que sumariza e aponta para o caminho que a série deve seguir ao longo de seu cinco capítulos.
A Nova Origem da Mulher Maravilha
Nesta versão, a Rainha Hipólita sai de cena, sendo substituída por Circe como mãe de Diana. Criada no Inferno, essa versão da Mulher Maravilha é capaz de usar habilidades mágicas que se manifestam em momentos cruciais da trama.
O deus Apolo em pessoa entrega a bebe Diana para a bruxa, dizendo que "isso" agora é dela, e que Circe será sua protetora/guardiã.
Quando a bruxa questiona por que trazer uma bebe para o inferno, o deus responde que a criança é Diana, Princesa de Themyscira e que ela é a última das Amazonas, e que Zeus a tomou de suas irmãs como punição por conta de seus crimes contra os deuses.
É dito ainda que Diana jamais poderá encontrar as e que elas serão mantidas prisioneiras por toda a eternidade. Bem radical, na minha opinião. O que será que as Amazonas fizeram para merecerem tal fim?
Apolo encerra sua missão pronunciando um decreto de que a palavra Amazona está banida de agora em diante e, ao instar Circe a dizer a palavra, vemos que o decreto é verdadeiro.
A ideia inicial de Circe era deixar a bebe à mercê do destino e, assim, livrar-se do incômodo sem precisar sujar suas mãos.
No entanto, Diana, mesmo com meses de vida, é uma criaturinha poderosa e, mais importante, bondosa e relacionável, conquistando não só o coração da bruxa como o de muitas criaturas do inferno.
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Visual e Caracterização de Diana
O aspecto mais notável em The Last Amazon, é, sem dúvida a mescla entre guerreira e bruxa que Diana recebe, além, claro de seu visual badass com direito a armadura e espada. Esse aspecto é evidenciado tanto no visual quanto na narrativa.
Um detalhe, bobo mas que achei interessante, é o fato de os olhos de Diana, de um profundo azul celeste, tornarem-se vermelho sangue após ela conjurar suas magias sombrias, deixando-a com um aspecto ainda mais sinistro e "bruxesco".
A arte de Hayden Sherman, aliada às cores de Jordie Bellaire com um estilo único, desempenham um papel central e importantíssimo na trama, já que os artistas conseguem transmitir os sentimentos, atmosfera e impacto das atitudes dos personagens através de seus desenhos.
Tomemos como exemplo a excelente sequência de quadros uniformes que mostram a construção da relação entre Circe e Diana através da decoração da caverna em que vivem, tornando o lugar mais aconchegante conforme Diana cresce.
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Tom Narrativo
O texto de Thompson se apoia no lado emocional da história, construindo o amor entre mãe e filha através diálogos que exploram a relação de cumplicidade entre Diana e Circe.
Gostei muito do tratamento mais formal que ela imprimiu nas falas, dando um ar de imponência e ancestralidade, também é instigante as poucas falas da Mulher Maravilha durante seu embate com os demônios.
A única ressalva fica por conta da última interação entre as duas, com Diana simplesmente revelando que sente o poder de uma palavra e que tem medo dela. O que segue é um texto que e oscila entre o emocionante e o piegas e forçado.
Poderes e Ação
Entre as novidades mais legais, temos os novos equipamentos de Diana, como uma "cabulosa" espada mágica , os clássicos braceletes, o laço, agora vermelho — com possíveis novas propriedades —, e uma misteriosa bolsa mágica, de onde ela retira suas armas, semelhante ao chapéu de Presto de Caverna do Dragão.
A batalha contra os harbingers, hostis demônios vermelhos, é visualmente deslumbrante, com Diana rasgando os céus com seu Pégaso infernal enquanto fatia seus inimigos com sua espada, finalizando com uma poderosa magia para derrubar as criaturas.
Novos Apetrechos
- Espada enorme (Guts pediu de volta sua Dragonslayer)
- Conjuração de magia
- Braceletes
- Laço
- Bolsa mágica
- Pégaso esquelético negro
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Conclusão
Embora a narrativa ainda não tenha definido claramente o propósito de Diana, a combinação entre o visual poderoso e os elementos místicos tornam essa versão da Mulher Maravilha uma releitura intrigante.
O universo que Thompson e Sherman estão construindo tem potencial, mas precisará aprofundar os conflitos e motivações da heroína nos próximos volumes para mostrar a que veio a Princesa do Inferno.
A cena final é provavelmente a melhor da 1# edição, com uma feroz Diana levitando enquanto manuseia seu laço para confrontar o Prime Harbinger, arremantando com um poderoso discurso à Daenerys Targaryen, e reafirma seu desejo de proteger a Terra.
"Porquanto sou Diana de Themyscira, última das Amazonas, Filha de Circe, Princesa do Inferno, Bruxa de Wild Isle. E tu não terás este mundo enquanto eu respirar!"